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terça-feira, 7 de junho de 2011

Ronaldo pra sempre fenômeno




Neste último mês de fevereiro, Ronaldo Luís Nazário de Lima, mais conhecido como Ronaldo anunciou sua aposentadoria do futebol. Ronaldo passou por oito clubes na carreira profissional (São Cristovão, Cruzeiro, PSV Eindhoven, Barcelona, Inter de Milão, Real Madrid, Milan e Corinthians.

Ronaldo foi um talento precoce e logo aos 16 anos já estreou pelo Cruzeiro de Belo Horizonte no Campeonato Brasileiro de 1993. Já em 1994, Ronaldo foi vendido ao PSV Eidhoven por 6 milhões. Mas sua carreira deslanchou mesmo após a sua convocação surpresa para a Copa do Mundo de 1994, quando Parreira o chamou para sentir o clima de uma competição deste porte, prevendo uma carreira estrelar.

Mesmo assim, preferiu não colocá-lo para jogar um minuto sequer, com isso evitando o paralelo com Pelé, que estreou em Copas do Mundo aos 17 anos. Foi o suficiente para que ele fosse transferido para o PSV Eindhoven, seguindo os passos da então estrela da seleção e daquela Copa, o também carioca Romário. Sim, as comparações o acompanharam desde muito cedo, agora ele tinha uma carreira pela frente para provar que era digno de tais comparações.

Romário ficou cinco anos na Holanda e marcou incríveis 98 gols em 109 partidas, na liga famosa por ser generosa com os atacantes. Foi artilheiro em quatro anos consecutivos. Ronaldo já chegou “chegando”, marcando 30 tentos na primeira temporada e tornando-se artilheiro. Problemas no joelho atrapalharam a segunda temporada, mas nas 13 partidas que disputou, marcou 12 gols. Três temporadas “antes” do Romário ir para o grande Barcelona, Ronaldinho fez o mesmo e se juntou à equipe catalã em 1996.

Aquela foi a melhor temporada da carreira de Ronaldo, tanto em clube como na seleção. Mesmo ainda não conhecido como o Fenômeno, apelido que ele ganhou na Itália, ele marcou 34 gols em 37 partidas pela Liga Espanhola, tornando-se artilheiro da competição em sua única temporada.

Chegou o dia 21 de novembro de 1999. Num jogo da Serie A, onde o brasileiro não brilhava tanto quanto no Barcelona, Ronaldo sentiu uma lesão no joelho. No mesmo ano em que Ronaldinho Gaúcho surgiu para o Brasil, Ronaldo mostrou os primeiros sinais de que o corpo talvez não aguentaria alguma coisa. Não se sabe direito até hoje o que causou os problemas no joelho, eu pessoalmente creio que tem a ver com a mudança da fisionomia do jogador depois de chegar na Itália. Não era mais tão magro e leve, começou a ficar mais pesado e forte; a arrancada era a mesma, mas parecia que a habilidade técnica começava a cair.

Ninguém disputa que já naquela época o Romário era mais técnico e plástico do que um Ronaldo, mais explosivo e provavelmente mais matador também. Mas a tragédia aconteceu alguns meses depois. Ronaldo voltava, na final da Copa Itália e o mundo inteiro parecia estar de olho. No segundo tempo ele entrou, e parece que o mundo inteiro estava feliz pela volta do carismático boleiro. A felicidade durou sete minutos. O que se seguiu foi uma lição de superação, culminando nos oito gols na Copa do Mundo de 2002 e o tão sonhado título mundial. Mas também é fato que aquela campanha não foi suficiente para atribuir ao fenômeno a mesma forma de antes da lesão, ainda menos de antes da ida para a Itália. Se não fossem os gols, a Copa do Ronaldo teria sido taxada de fraca.
Enquanto jogadores como Cristiano Ronaldo, Lionel Messi e outras jovens estrelas tem se desenvolvido em seu jogo, Ronaldo não teve essa oportunidade; e a tendência italiana já indicava o contrário, mesmo antes das suas lesões no joelho. A sua mudança para o Real Madrid (nem vamos comentar sobre ingratidão aqui, já que não é objeto desta avaliação) mostrou ao mundo o que Ronaldo não era mais, e o que ele tinha se tornado. Assisti muitos jogos do Real galático da época, um time que tinha um toque de bola e uma técnica quase tão apurada quanto o Barcelona de hoje em dia. Triste foi ver o Ronaldo que, ou parava o ataque pela sua falta de técnica, ou marcava um gol. Ainda era uma máquina de fazer gols, aos 24 anos, mas não era mais um fenômeno. Razão pela qual a torcida madrilena nunca o amou de verdade, algo que não dá pra explicar pela sua pessoa, sempre com imagem positiva (ou, digamos, quase sempre).

Ronaldo marcou 83 gols em 127 jogos pelo Real Madrid na Liga Espanhola, mas tinha se tornado mais um Van Nistelrooy do que um Romário. Faltou a ele também um título na Champions League, já que os três títulos em cinco anos do Real se encerram com a chegada do brasileiro. A Copa de 98 era para ter sido a sua, a de 2002 acabou sendo; e, por favor, não me venham falar da Copa de 94. A carreira prometia ser mais brilhante, mas terminou triste no Real Madrid, triste no Milan (o time dos que se aposentam), e talvez ainda mais triste no Corinthians.

Mas que fique claro. Aquele Ronaldo do Barcelona foi um dos melhores jogadores que o planeta bola já viu.

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