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segunda-feira, 20 de junho de 2011

Wimbledon

Tudo teve início em 1868 com a criação do All England Club, clube destinado basicamente para a disputa de críquete, e com sede em Worple Road, em Londres.
Em 1875, o major britânico Walter Clopton, incluiu a modalidade tênis de campo entre as atividades disputadas no clube que acabou tendo seu nome alterado, passando a ser chamado de All England Lawn Tennis e Croquet Club. Porém, o clube ainda não possuía as instalações necessárias para a prática dessa nova modalidade esportiva, pelo menos não do jeito que os fundadores do clube desejavam.

Wimbledon
Crédito: AELTCVista aérea do All England Lawn Tennis Club


Sendo assim, a diretoria da época resolveu promover um torneio de tênis cujo principal objetivo era arrecadar fundos para consertar os equipamentos que permitiam aparar a grama além de construir outras quadras. Dessa maneira foi disputado, em 1877, o primeiro “Tennis Championships”, que contou com a participação de 22 jogadores. Cerca de 200 pessoas prestigiaram o torneio, que teve as quadras arranjadas de forma que a principal delas ficasse no centro das outras – surgia então, o termo “quadra central”,  tão praticado no tênis.
Wimbledon
Crédito: AELTC
Quadra central de Wimbledon
O sucesso desse primeiro torneio foi tão grande que, rapidamente, o tênis passou a ser o esporte mais importante praticado no clube, deixando o críquete em um segundo patamar.

Em 1884 foi disputada a primeira chave de simples apenas para mulheres. Nesse mesmo ano também foi realizada pela primeira vez a disputa da chave de duplas para os homens. A cada ano que passava, mais e mais jogadores de tênis do mundo inteiro participavam do evento e no início do século 20, o torneio já havia ganho o âmbito internacional. A primeira estrangeira a vencer em Wimbledon foi a norte-americana May Sutton.
Maria Esther Bueno
Miss Maria Bueno ou simplesmente, Estherzinha. Maria Esther Bueno é uma das maiores tenistas de todos os tempos.  Tinha apenas 19 anos quando disputou Wimbledon em 1959 e conquistou o seu primeiro título na grama.
Seu estilo de jogo, gracioso e ao mesmo tempo agressivo e seus principais golpes – saque e voleio – não eram nada comuns no tênis feminino daquela época. Ao vencer a norte-americana, Darlene Hard, por 6/3 6/4 na final de Wimbledon de 1959, Maria Esther Bueno escreveu o seu nome na história do tênis mundial, além de interromper um domínio de 21 anos das norte-americanas em Wimbledon. Ao voltar para o Brasil, Estherzinha foi recebida pelo presidente Juscelino Kubitschek no Rio, antes de aterrissar em São Paulo, onde seguiu em cortejo até o clube Tietê, onde deu suas primeiras raquetadas.

Wimbledon
Crédito: Deco Pires/FotojumpMaria Esther Bueno

Esta foi a primeira de uma série de vitórias da tenista brasileira. No ano seguinte ela sagrou-se bicampeã de Wimbledon, levantando a taça novamente em 1964, além de outros cinco títulos em duplas e outras três finais em simples. Ao todo foram 65 títulos internacionais de simples, 90 de duplas e 15 de duplas mistas.

Estherzinha foi a primeira mulher a se tornar campeã de duplas nos quatro torneios do Grand Slam, numa mesma temporada. Em 1960, ela conquistou o título de duplas no Aberto da Austrália, Wimbledon, Roland Garros e Aberto dos Estados Unidos. Em 1967, lesionou seriamente os ligamentos do braço direito e teve que parar de jogar. Maria Esther Bueno despediu-se oficialmente do tênis em 1977. Atualmente, a ex-jogadora comenta os principais jogos de tênis transmitidos via TV a cabo.

Os jogos de Wimbledon foram suspensos durante a Primeira Guerra Mundial e o All England Club manteve-se graças às doações voluntárias de seus membros fundadores (até hoje os 400 sócios fundadores do clube e seus familiares têm passe livre durante todos os dias do torneio).
Quando o torneio recomeçou, em 1919, uma nova geração de jogadores tomou conta do torneio. Os franceses, simplesmente dominaram praticamente toda a década de 20. A francesa Suzanne Lenglen, mais tarde homenageada pelos franceses que batizaram uma das quadras principais de Roland Garros com o seu nome, acabou com o domínio inglês que durava nada menos do que 35 anos nas chaves femininas. Os “quatro mosqueteiros” franceses, Jean Borotra, Jacques Brugnon, Henri Cochet e René Lacoste também conquistaram seis títulos de simples e cinco de duplas.
Wimbledon
Crédito: AELTCVenus Williams
Ao contrário do que aconteceu na guerra anterior, durante a Segunda Guerra Mundial o clube permaneceu aberto, porém, como foi utilizado pela defesa civil, corpo de bombeiros e ambulatório, praticamente não era usado pelos tenistas. Felizmente, diga-se de passagem. Em 1940, uma bomba alemã atingiu a quadra central do clube, deixando parte do teto e cerca de 1.200 lugares simplesmente destruídos.

Em 1949, as quadras foram totalmente reformadas e o torneio voltou a ser disputado com força total. A década de 50 teve domínio dos norte-americanos, enquanto que na década de 60 foi a vez dos australianos levantarem a maior parte dos troféus do campeonato. A grande (e melhor!) exceção dessas duas décadas ficou por conta da brasileira Maria Esther Bueno que conquistou seu primeiro título em Wimbledon em 1959. Maria Esther Bueno fez história no tênis brasileiro e mundial, ao conquistar novamente o torneio de simples em 1960 e 1964 além de outros cinco títulos em chaves de duplas.

Brasileiros em Wimbledon O primeiro tenista brasileiro a disputar Wimbledon foi Alcides Procópio, em 1938, que acabou sendo eliminado na terceira rodada do torneio.
Já nas décadas de 1950 e 1960, Maria Esther Bueno deu um verdadeiro show e conquistou três títulos de simples e cinco de duplas.  Depois disso o Brasil passou por um longo período sem grandes resultados até que, em 1999, Gustavo Kuerten alcançou as quartas-de-final. Em 2003, o mineiro André Sá também foi muito bem, e repetiu o feito de Guga, perdendo apenas nas quartas-de-final.

Como cada vez mais tenistas estrangeiros disputavam o torneio, era natural que esses mesmos jogadores recebessem uma “ajuda financeira” para disputar o evento. Naquela época, o torneio não aceitava jogadores ditos “profissionais”. Sendo assim, a diretoria do AELTC, com o intuito de engrandecer ainda mais o evento, propôs à Federação Internacional de Tênis, que passasse a permitir esses jogadores em Wimbledon.
A proposta foi aceita apenas muitos anos mais tarde, em 1968, quando o torneio passou para uma nova fase de disputa: a “Era Aberta”. Rod Laver e Billie Jean King foram os primeiros campeões dessa nova fase de Wimbledon que distribuiu cerca de 26 mil libras esterlinas aos seus participantes.



Crédito: Carol NewsonMartina Navratilova
Essa nova era corou quatro grandes jogadores nas gramas de Wimbledon. O sueco Bjorn Borg foi o primeiro a levantar o troféu cinco vezes seguidas e sua final contra John McEnroe, em 1980, é considerada uma das partidas mais marcantes na história do tênis. O alemão Boris Becker também consagrou-se em Wimbledon ao ser o mais jovem campeão da história do torneio, levantando o troféu aos 17 anos de idade. Martina Navratilova bateu todos os recordes ao conquistar nove troféus de simples, sendo seis seguidos, na década de 80. Por fim, o norte-americano Pete Sampras deu um verdadeiro show nas gramas do evento, conquistando sete troféus de simples entre 1993 e o ano 2000.

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